terça-feira, 6 de outubro de 2015

Estou agradecida

Nos dias menos bons, que todos temos, dou por mim a queixar-me daquelas pequenas coisas que fazemos dia após dia e que nunca estão terminadas, pois no dia seguinte temos de voltar a fazê-las. Refiro-me a fazer camas, lavar roupa, arrumar brinquedos, decidir o que cozinhar para o almoço e para o jantar, fazer sopa, conduzir cerca de oitenta quilómetros todos os dias para ir levar e buscar as manas à escola... e a lista poderia continuar. Depois cai-me a ficha e faço questão de me relembrar como é ridículo queixar-me porque a minha família tem uma casa, que tem camas para dormirmos; porque tenho roupa que é necessário lavar depois de usar; porque os meus filhos têm o privilégio de ter brinquedos para brincar; porque tenho alimentos que posso transformar em refeições; porque tenho um carro que me permite levar as minhas filhas à escola, e também esta lista poderia continuar ao longo de várias linhas de texto.

Num destes dias, li um post no Facebook que, em dez pontos, resume o que penso que devemos agradecer à vida e encarar como algo positivo e não como algo menos bom, como frequentemente fazemos (ou pelo menos eu faço). Numa tradução livre do original em inglês, aqui vai:

Estou agradecida por ter 
1. 
Despertares madrugadores = Filhos para amar
2.
Casa para limpar = Um lugar seguro para viver
3.
Roupa suja = Roupa para vestir,
4.
Pratos para lavar = Alimentos para comer
5.
Migalhas debaixo da mesa = Refeições em família
6.
Compras para fazer = Dinheiro para nos sustentar
7.
Casas de banho para limpar = Canalização
8.
Muito barulho = Pessoas à minha volta
9.
Questões infindáveis sobre trabalhos de casa = Filhos que estão a aprender
10.
Muito cansaço na hora de ir para a cama = Vida!
 
Para mim isto é o que realmente conta, as pequenas coisas que nos enchem a vida e lhe dão sentido.  São, por isso, estas as coisas pelas quais também eu estou agradecida.
 
Nos últimos tempos, temos visto diariamente milhares de pessoas fugirem dos seus países para um destino incerto porque  estas pequenas coisas que tanto importam lhes foram retiradas.  Já não têm um lugar seguro para viver, não têm comida, as suas vidas estão em risco. Partem em busca de Vida, da possibilidade de os seus filhos poderem voltar a brincar e a estudar, de terem um lugar digno para viver, comida para partilhar às refeições.
 
Podemos condená-los? Nunca!
 
Podemos ajudá-los e agradecer todos os dias pelas pequenas coisas que temos.



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