quarta-feira, 6 de maio de 2015

A vida traz e leva

Há um ano atrás, por esta altura, a nossa vida estava na paz dos deuses. O ano lectivo quase a terminar, os planos para o Verão eram, cada vez mais, o tema de conversa. De repente, a vida trocou-nos as voltas e tudo levou um rumo impensável:  despedimo-nos para sempre de uma das pessoas mais importantes das nossas vidas. Ficou um vazio muito grande, uma ausência muito sentida e verbalizada, uma situação muito difícil de aceitar. O tempo ajuda a atenuar a raiva, ajuda a deixar de tentar perceber porquê, porque não há razão, mas não diminui a saudade. Além de nos ter levado a nossa B, a vida roubou-nos uma certa inocência ou ingenuidade, se acreditávamos que tudo ía correr quase sempre bem, passámos a recear que muita coisa possa correr mal. As manas, sobretudo a M, fala frequentemente da morte e diz, repetidamente, que não quer morrer. Ontem, depois de mexer numa recarga já vazia de um produto anti melgas e de a C lhe ter dito que era venenoso, ficou cheia de dores de barriga. Foi preciso o P mexer no dito produto e mostrar-lhe que estava tudo bem, para ela ficar tranquila e sem dores de barriga. A C, há uns meses atrás, participou numa actividade da escola em que podiam perguntar à Máquina de Escrever Mágica que existe na Central Sation em Nova Iorque o que quisessem. Cada um escreveu uma carta e ontem chegaram as respostas. A pergunta da C era precisamente quando íria morrer. 
Entristece-me que as minhas filhas tenham estas preocupações, porque na idade delas normalmente pensamos em viver, brincar, brincar e brincar.

1 comentário:

  1. Para os nossos filhos talvez tenha sido o primeiro contacto com a morte de alguém que tanto significa para nós... e os dias passam, mas não há um único momento em que ela deixe de estar nas nossas vidas, seja pelas flores, pelas cores, por tudo e por nada ela está em nós! Beijo e abracinho daqueles que só ela sabia dar!

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