segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Minhas pobres filhas

Não sei o que as minhas filhas irão recordar destes anos no Equador, mas uma coisa é certa, levarão na bagagem bastantes aventuras e muita adrenalina, que estes pais loucos não exitam em proporcionar-lhes. Depois do slide radical em Mindo, este fim de semana subimos desde o fundo da cratera de um vulcão até ao topo, montados num animal que não consigo precisar se seria um cavalo ou uma mula.









Passo a explicar: no Domingo resolvemos visitar a Laguna Quilotoa, uma cratera de um vulcão que está cheia de água, formando uma lagoa com tonalidades lindas de azul turquesa e verde. Os locais dizem que não tem fundo, mas sabe-se que tem pelo menos 250 m de profundidade. Depois de três horas e meia para percorrer 125 km, chegámos ao Parque Quilotoa, com os três amigos que nos acompanharam, os três Ms. Uma família polaca que tem um filho da idade da C. Durante meia hora, descemos cratera abaixo, por caminhos por vezes íngremes, mas com vistas deslumbrantes. Disseram-nos que a subida demoraria cerca de 1h10m. Se depois de descer já estávamos cansados, nem considerámos subir a pé, pois certamente implicaria carregar a M quase todo o tempo. Decidimos, então, montar nos ditos animais. A C e o M estavam bastante receosos, pois iriam sozinhos em cima do animal e nunca tinham montado antes, chegaram a dizer que preferiam ir a pé, mas depois de ganharem confiança, mudaram de ideias. A nossa pequena M, que foi comigo, estava a delirar, excitadíssima. Não se calou o tempo inteiro, "Este cavalo é maluco", "Este cavalo vai muito rápido", "O cavalo do M é piichoso (preguiçoso)", "Anda, vai" entre outros comentários. O P ía atrás de nós, tirando fotos e os pais do M, atrás do P, pois enquanto polacos têm uma estatura bem maior que a nossa, pelo que os pobres cavalos adoptaram uma velocidade mais compassada.
Eu e o P íamos dizendo um ao outro coisas como: "Como é que nos metemos numa coisa destas?"; " As celas nem estão presas aos animais!". De vez em quando também gritávamos para a C: "Segura-te bem!". Ao subir, o balancear do corpo dos animais, fazia-nos também balancear e por vezes os cavalos/mulas passavam tão perto do extremo de uma ravina que parecia que íamos cair a qualquer momento. Sempre que olhva para cima, o topo estava sempre longe e a subida nunca mais terminava, Quando por fim descemos dos nossos meios de transporte, dei graças por termos sobrevivido incólumes, apesar de uma ou outra escorregadela do bicharoco. Mas. claro, valeu bem a pena!

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